21.12.20

A Era de Ouro do Hamburgo SV







Em visita à Alemanha no início da década de 2010 comprei um livro da série FUSSBALLLEGENDEN intitulado Die goldene Ära des Hamburger SV: 1947 bis 1963 (A Era de Ouro do Hamburgo SV: 1947 a 1963) que conta a história do time no pós-guerra e pré-Bundesliga quando o futebol alemão era divido em ligas regionais e os times mais destacados disputavam uma fase final para designar o campeão nacional da temporada. O Hamburgo foi campeão da liga norte 15 vezes em 16 e campeão alemão em 1960. Ainda foi semifinalista da Copa Europeia de Clubes Campeões em 1961, atual Liga dos Campeões, sendo eliminado pelo Barcelona. A época foi recheada de grandes confrontos internacionais para o time hamburguês. Segue um trecho do livro, 
páginas 96-97, em tradução livre:


Os futebolistas profissionais do Barcelona não foram os últimos jogadores de futebol europeus a dar seus cartões de visita em Hamburgo no início dos anos 1960. O AC Milan logo se apresentou com Rivera, Maldini e Altafini - e perdeu por 1 a 0 com um gol de Peter Wulf. Em fevereiro de 1962, o vencedor do Mundial de Clubes Peñarol Montevidéu jogou diante de 65.000 visitantes no Volksparkstadion - e deixou a área coberta de neve com uma derrota por 2 a 0. Os gols do Hamburgo foram marcados por Uwe Seeler e Harry Behre, para quem a revista Kicker fez um elogio especial: "A coroação do 'jogo de tempestade' do HSV foi feita pelo jovem Harry Bähre, no meio-campo incansavelmente no duelo de maior efeito, taticamente magistral, tecnicamente muito amadurecido".

Ninguém menos do que o vencedor da Taça da Europa, o Benfica Lisboa, apareceu em setembro do mesmo ano como convidado de aniversário no 75º aniversário do HSV. O "aniversariante" esteve duas vezes à frente de uma casa esgotada, mas no final Eusébio e companhia venceram por 4 a 3.



Os hamburgueses poderiam ter vendido centenas de milhares de ingressos quando o recém-coroado campeão mundial de clubes Santos FC jogou no lotado Volksparkstadion três semanas depois. Pelé, o melhor futebolista do mundo de sua época, não só mobilizou as massas, mas também cumpriu o que prometeu com dois gols. Mesmo assim, os brasileiros tiveram que se contentar com um 3 a 3 contra grandes jogadores do Hamburgo. Acima de tudo, o duas vezes artilheiro Uwe Reuter, o regista do meio-campo Ernst Kreuz e o corredor externo (lateral) Jürgen Werner estavam em grande forma, de modo que no final havia "apenas superlativos para distribuir" para a revista Kicker. Superlativos que valeram mais de uma década, durante os quais o HSV mimava seus torcedores e a si mesmo com o futebol internacional de ponta.